Ultimamente tenho tido certas impressões fortes a respeito da humanidade, a respeito da comunidade cristã e ao meu respeito. Não sei se vou conseguir escrever tudo o que sinto; não sei se o que sinto é certo, se é julgamento sem base ou se é a realidade; talvez seja um desabafo. (Me desculpe pelo texto ser grande).
Como o ser humano é mesquinho! Como somos falsos! Como eu sou falso.
Às vezes eu acho que sou uma grande mentira (foi um amigo que me fez perceber isso). Pareço ter um estoque de máscaras guardadas dentro de mim e para cada pessoa ou grupo com o qual me relaciono, eu retiro uma delas e me disfarço. O meu orgulho não me deixa ser quem eu sou (eu já disse isso antes). E parece que isso é uma atitude natural. Minto com a justificativa de que estou privando alguém de coisas ou palavras que trazem sofrimento. Prefiro fazer a caveira dos outros ao invés de me expor. Tenho pensamentos impuros. Muitas vezes não tenho controle sobre os meus pensamentos. Por mais que eu admire e até deseje ser como Cristo, não consigo me desvencilhar de mim mesmo, mas me coloco sempre no centro e esqueço das pessoas que me cercam. Como diria uma amiga minha “Tenho a memória muito curta”, não só para com algumas matérias da universidade e algumas atividades, mas para com as lições aprendidas no decorrer da minha vida. Não sei como Deus tem tanta paciência para comigo e insiste em me ensinar. Muitas vezes não sei dizer NÃO, com medo de magoar os outros. Muitas vezes omito a verdade na qual eu acredito (Jesus Cristo como único Filho de Deus, Salvador daqueles que nele crê), por achar que posso ofender alguém, ou por achar que não é a hora certa ou que não é o jeito certo de se falar. Prefiro ouvir uma fofoca que fulano tem para espalhar ao chamar sua atenção. Prefiro comentar a respeito da vida dos outros ao ir atrás da pessoa, da qual eu estou falando, e perguntar se ela está precisando de ajuda em alguma coisa. Prefiro dar uma esmola a uma pessoa do que me envolver com ela e tentar levá-la a sair da situação em que se encontra. Acomodo-me demais com a injustiça. Desde uma fila cortada até corrupções em meio à política. Acomodo-me demais com a minha situação depravada. Não tomo atitudes com relação a minha passividade. O pior é que eu penso que há uma grande possibilidade disso piorar. Não só em mim, mas em todo o mundo. É muito triste ver a corrupção rolando solta e ninguém fazendo nada. É deprimente saber que organizações, movidas pela avareza, desprezam a vida em função de lucros. Que milhões de pessoas morrem de fome enquanto eu desperdiço comida. É repugnante saber que ao mesmo tempo em que somos a favor da paz, discriminamos os que estão ao nosso lado e os humilhamos com palavras mortíferas. É muito ruim ver o egoísmo transbordando nas pessoas. Pessoas que vivem a filosofia distorcida do “Carpe Diem” para buscar satisfação própria. “Que se danem as gerações futuras. Eu quero arrancar (literalmente) o máximo do que a natureza tem a me oferecer”. Não enxergamos os outros como iguais a nós. “Sou melhor do que os que estão ao meu redor”. Mundo individualista. Mundo mesquinho. As instituições estão falidas, as leis humanas não são justas, a moral cristã não é tão moral (nem tão cristã)... Qual é o sentido para todas estas atitudes debaixo do sol?
Eu, como humanidade, sou responsável por isso. Estamos cavando nossa própria sepultura. O pior de tudo é que sabemos que somos podres. E esta podridão nos mata. Somos os culpados por ainda existir pobreza em grande escala no mundo; somos responsáveis pelas mortes injustas em guerras ridículas; somos os culpados por ainda existirem corruptos no poder. Nós somos os culpados e não Deus. Deus não tem culpa se continuamos a escolher os caminhos errados, as nossas próprias verdades ao invés do Caminho correto, da única Verdade e da verdadeira Vida que é Jesus. E sabe de uma coisa? Eu vou continuar sendo assim e provocando esta catástrofe mundial se eu não assumir minha condição de pecador; se eu não questionar as minhas atitudes e correr atrás de meios que gerem mudanças na minha vida. E continuo afirmando que “sozinho, por mim mesmo, não tem jeito” de mudar. Só vamos começar a melhorar quando nossas máscaras caírem. Quando o centro da nossa vida não for mais comandado pelo meu “eu interior” e sim por quem nos criou. Por quem é nosso dono por direito: JESUS. Pode parecer careta, doideira, seja lá o que for, mas se eu não negar as minhas vontades e não deixar Deus dirigir minha vida, o mundo continuará sendo reflexo do meu ego, das minhas mentiras, das minhas máscaras, da minha podridão. Tomara que isso não seja apenas palavras, mas faça diferença na minha vida.
“Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus” Rm. 3.23
3 comentários:
Ai de mim se não fosse a Graça de Deus!
Me identifico com vc Lucas...
Sou meio "pessimista" quanto ao ser humano...
Olhando pra mim eu vejo tanta fraqueza e inutilidade!
Se não nos redermos, de verdade, à ação de Deus nas nossas vidas caminharemos para as ruínas...
O Bom é que enquanto existir um cristão no mundo haverá esperança no mundo!
Vamos trabalhar amigo!
Vamos sofrer juntos na luta contra nossa carne...
Vamos nos tornar homens espirituais e começar a nos alimentar do alimento sólido que Deus quer nos dar...
Vamos nos fortalecer para denuciar a injustiça e glorificar o nome do Senhor!
Grande abraço Lucas, conta comigo nessa difícil, mas plenificante caminhada!
Fica na Paz!
Muito bom o post.
Imagino o quanto vc tem repensado suas atitudes para escrever isso.
Nosso pessimismo está quando olhamos profudamente para dentro de nós e vislumbramos nossa pecaminosidade. Nossa esperança está naquele que nos redimiu dessas mazelas por vc compartilhadas.
Que Deus nos abençoe e nos ensine a caminhar o caminho da Graça.
Abração
É, amigo... To vendo que a gente tem pensado em coisas muito semelhantes. Ainda bem que é Deus que mostra essas coisas pra gente e ajuda a digerir tudo, mudar o q precisa ser mudado, tomar algumas atitudes... Estou na mesma trajetória. É bom saber que existem jovens sinceros que estão deixando Deus falar, mesmo quando não é muito prazeiroso... Que Deus abençoe a gente nesse processo. Beijos, Priscila.
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