... e meu espelho gritou

Poeticamente...

Quem você pensa que sou?
O poço de perfeição lacrado com honras?
A fidelidade em pessoa?
"O orgulho da mamãe"?
O amor refletido?
O verdadeiro amigo?
O melhor nas artes do saber e do falar?
Aquele que sabe todos os caminhos nos quais se deve andar?
O todo poderoso?
O que se acha querido por todos?
Aquele que tem o poder de agradar?

Quem você pensa que sou?
O que deve possuir tudo de todos?
A quem todos devem honrar?
"O exemplo da família"?
O mais preparado?
O único que deve ser admirado?
O mais verdadeiro?
Aquele que tem que segurar as pontas o tempo inteiro?
O perfeito?
O que pra tudo tem jeito?
Você acha que é Deus?

E o espelho em prosa continua...

Para mim, você não passa de um poço de ilusão. Molda uma fantasia para que os outros te vejam como um ser que você nunca será. Mas sabe o que me deixa imensamente triste? Eles acreditam. Absorvem-te. Engolem-te. E quem fica satisfeito é você. Eles apenas vomitam a si mesmos como se fossem, diante de você "oh! senhor de si", as escórias da humanidade. E você apenas as olha, como se tivesse com pena. Escondido nessa máscara perfeitamente maléfica.
Você deveria ser o vômito deles. Para perceber que enquanto você, um vômito, achar que é rei e todos devem te ver assim o mundo continuará medíocre.

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